sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dia Mundial da Música

Nietzsche afirmou um dia: "Sem a música, a vida seria um erro". Talvez não. Mas o que seria de nós sem a música?

10 comentários:

  1. Olá Carlos:

    Penso que sem a música, ou outras formas de arte como por exemplo: a poesia, a fotografia ou a pintura, o mundo teria menos beleza e, portanto, a nossa vida seria bem mais pobre e difícil de suportar.

    Há uma espécie de “consolo” (que não é apenas intelectual) proporcionado pela contemplação de certas obras de arte. A música permite-nos experienciar emoções e evocar ideias que valorizamos ou estão associadas a lugares, pessoas e experiências significativas da nossa vida. Não consigo imaginar-me a viver sem esta possibilidade.

    A escolha musical foi excelente.

    Cumprimentos filosóficos.

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  2. Olá Sara:

    Concordo em absoluto contigo: sem as artes ficaríamos muito mais pobres e, se calhar, não suportaríamos os sofrimentos da vida.
    Deixo aqui um excerto de Oscar Wilde: um esteta incorrigível e, também, um excelente escritor. Um abraço.

    A Arte tem flores que nenhuma floresta conhece, e pássaros que nenhum lugar silvestre possui. Faz e desfaz mundos, e é capaz de puxar a lua do céu com um fio escarlate. Pode fazer milagres como entender, e, quando cita monstros das profundezas, eles acorrem. Pode ordenar que a amendoeira floresça no inverno, e derramar neve sobre os campos de milho maduro. A uma palavra sua a geada põe o seu dedo de prata na boca ardente de Junho, e os leões alados escapam-se dos interiores das colinas lídias. As dríades espreitam dos arbustos quando ela passa, e os faunos castanhos sorriem de modo estranho quando se aproxima. Tem deuses com rostos de águia que a adoram, e centauros galopam-lhe à ilharga.

    A Arte não nos magoa. Choramos sem todavia estarmos feridos. Lamentamo-nos, mas a nossa aflição não é amarga. É através da Arte, e unicamente através da Arte, que podemos realizar a nossa perfeição; é através da Arte, e unicamente através da Arte, que podemos refugiar-nos dos sórdidos perigos da existência real. Tornarmo-nos os espectadores da nossa própria vida é escapar ao sofrimento da vida.

    Oscar Wilde, Intenções

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  3. Cinema,músia,poesia,filosofia. Um blog Pedagógico, contemporâneo. E com o bom gosto a que o Carlos café já nos habituou.

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  4. Carlos:
    Obrigada pelo texto do Oscar Wilde, que não conhecia. Quando iniciei a o chamado ensino primário via o programa de animação do Vasco Granja. Duas das boas memórias que tenho da minha infância são dois filmes de animação, de um país de leste, apenas com sombras negras que vi nessa altura. Um deles era uma bela e comovente história de uma andorinha e de príncipe, o outro a de um gigante egoísta. Descobri, já adulta e depois de ter lido alguns livros como o De profundis, que havia sido escrita pelo Oscar Wilde. Gosto, em particular dos contos infantis que ele escreveu, de certo modo influenciaram bastante a minha maneira de pensar, mesmo quando ainda não tinha consciência disso.

    Quanto ao distanciamento que a experiência estética nos proporciona poder ser uma oportunidade para nos vermos melhor a nós e aos outros, tudo depende de até onde estamos dispostos a levar a análise racional e a discussão das ideias. De qualquer modo, julgo que é preferível usar a análise das obras de arte para nos tornar mais lúcidos, mesmo que isso implique algum sofrimento, antes isso que o refúgio na ilusão. Curiosamente, tal como Wilde descreve em termos autobiográficos no De profundis, ele próprio acabaria por ser vítima da sua própria falta de lucidez nas relações amorosas. Mas, teria ele escrito como escreveu (em particular no De profundis) se assim não tivesse acontecido?

    Cumprimentos filosóficos.

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  5. Sara

    Tenho em relação aos textos de Oscar Wilde mais ou menos a mesma atitude que ele defende para a arte: é mais importante que seja bela do que "verdadeira". Seja como for, não estava a pensar na arte como refúgio da vida e do sofrimento, mas sim como o lugar onde é possível viver a beleza e aceitar o sofrimento - em nome da vida. Um pouco à maneira do Nietzsche de A Origem da Tragédia.
    Saudações artístico-filosóficas

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  6. Ora, vim aqui pela primeira vez e considero a combinação Filosofia/ Cinema promissora até porque gosto das duas e, vou cometer uma heresia, talvez mais de cinema do que de Filosofia. Cumprimentos.

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  7. seríamos meros seres humanos, falsamente vivos.

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  8. Obrigado pela visita, Helena e Carlos. Vão passando por cá. E, se vos apetecer, deixem pegadas.
    2 abraços

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  9. Olá Carolina.
    Gostei da visita, que agradeço. E também da expressão "falsamente vivos".
    Na próxima aula explicas isso melhor à turma, ok?

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  10. para a próxima nao comento! ahah, estou a brincar. está bem, vou tentar explicar!

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