Regina Pessoa e Herberto Helder. A propósito das aulas de hoje com as minhas turmas do 10.º ano.
Vou contar uma
história. Havia uma rapariga que era maior de um lado que do outro. Cortaram-lhe
um bocado do lado maior: foi de mais. Ficou maior do lado que era dantes mais
pequeno. Cortaram. Ficou de novo maior do lado que era primitivamente maior.
Tornaram a cortar. Foram cortanto e cortando. O objectivo era este: criar um
ser normal. Não conseguiam. A rapariga acabou por desaparecer, de tão cortada
nos dois lados. Só algumas pessoas compreenderam.
Herberto Helder, in Photomaton & Vox
Sim, tem razão. Cada pessoa é um modelo exclusivo. Todas as pessoas somos diferentes umas das outras.
ResponderEliminarRelativamente à rapariga do texto, ela nunca seria "normal". Porque para a sociedade, "normal" significa igual aos outros e isso é, de facto impossível. Ela acabou por desaparecer porque as outras pessoas não a aceitaram tal e qual como ela era e tentaram mudá-la (tiraram-lhe aquilo que a tornava inimitável e especial relativamente às outras pessoas). Ela é única. Ela é um modelo exclusivo.
Aluna do 10ºAno
Continua assim.
ResponderEliminarSê única, "aluna do 10ª ano"...
Felicidades :)