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"Abraham and the three angels”, Marc Chagall |
Este é um blogue sobre cinema e filosofia (na sala de aula e não só). Mas também sobre música, arte, literatura, entre outras coisas que enriquecem a minha vida. Neste sentido, é também um blogue pessoal.
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sábado, 19 de dezembro de 2015
Anjos.
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The xx
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
Que sorte ter nos meus olhos essa melancólica praça quase deserta...
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Giovanni Bellini, A Festa dos Deuses, c. 1514, obra concluída pelo seu discípulo Ticiano em 1529 (National Galley of Art, Washington, EUA) |
A
BELEZA
«Chovera.
Que sorte ter nos meus olhos essa melancólica praça quase deserta, os oiros
glaucos de Bellini espalhados pelas lajes molhadas e os verdes todos, do
esmeralda ao musgo, escurecidos pela noite que se avista já de algumas
mansardas. Porque a beleza, ou é esta entrega a quem de súbito a descobre, ou
se esconde, cruel, a quem faz da sua procura uma perseguição de carniceiro».
Eugénio de Andrade, in "Vertentes do Olhar"
domingo, 20 de setembro de 2015
Viva o novo ano e a insatisfação!
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George Tooker, Landscape with
Figures (1966)
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Alunas, alunos e colegas:
Desejo-vos um excelente ano recheado de
insatisfação!
“A insatisfação é o primeiro passo para o
progresso de um homem ou de uma nação.”
“O progresso não é senão a
realização das utopias.”
Oscar Wilde
P. S.- Só para os mais ousados (os que fazem da insatisfação uma pele que há em si), clicar aqui.
domingo, 3 de maio de 2015
dia da mãe
A capa de um livro lido há muitos anos e de que guardo ternas memórias.
E também uma música, um poema, uma pintura e um filme.
Todos têm a ver com as mães. Mas esta seleção é só para a minha.
Espero que tenha um grande dia, mamã :)
(E uma noite descansada
Uma noite feliz
Não caia da cama abaixo
Não parta o nariz)
"Mãe!
Mãe!
Vem ouvir a minha cabeça a contar histórias ricas que
ainda não viajei! Traze tinta encarnada para escrever estas coisas! Tinta cor
de sangue, sangue verdadeiro, encarnado!
Mãe! passa a tua mão pela minha cabeça!
Eu ainda não fiz viagens e a minha cabeça não se lembra senão de
viagens!
Eu vou viajar. Tenho sede! Eu prometo saber viajar.
Quando voltar é para subir os degraus da tua casa, um
por um. Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa. Depois venho sentar-me
ao teu lado. Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu
viajei, tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas
palavras.
Mãe! ata as tuas mãos às minhas e dá um nó-cego muito apertado! Eu quero
ser qualquer coisa da nossa casa. Como a mesa. Eu também quero ter um feitio
que sirva exactamente para a nossa casa, como a mesa.
Mãe! passa a tua mão pela minha cabeça!
Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão
verdade!"
José de Almada Negreiros in A invenção do Dia Claro
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Pablo Picasso. Mãe e filho, 1921. |
Etiquetas:
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Wolfgang Becker
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Joan Miró, Quino e Manoel de Barros
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Joan Miró, O Carnaval do Arlequim, óleo sobre tela, 1924/25 |
Esta semana recebi em casa este livro que comprara online. Um dia
depois, Manoel de Barros faleceu. O poeta brasileiro que dizia não ser da
informática, mas da “invencionática”. Que pensava renovar o homem “usando
borboletas”, um “apanhador de desperdícios” para quem a poesia “tem que chegar ao grau de brinquedo para ser séria”.
Escolhi
este poema de Manoel de Barros para vos desejar um bom fim de semana.
Brinquemos,
então ;)
O apanhador de desperdícios
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
(Poema retirado daqui).
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