Uma das minhas ruas preferidas do Porto.
Este é um blogue sobre cinema e filosofia (na sala de aula e não só). Mas também sobre música, arte, literatura, entre outras coisas que enriquecem a minha vida. Neste sentido, é também um blogue pessoal.
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Filosofia em vídeo com Nigel Warburton.
Hoje sugiro um pequeno vídeo a que fiz referência nas aulas. O protagonista é o filósofo inglês Nigel Warburton, autor de excelentes obras de divulgação filosófica, e nele são apresentados de forma clara e criativa alguns dos problemas filosóficos da teoria do conhecimento.
É uma boa maneira de suscitar perplexidades e despertar a curiosidade em relação a estes problemas filosóficos.
Divirta-se.
Literatura de faca e alguidar?
Imagem do filme Psycho, de Alfred Hitchcock |
Uma discussão sobre literatura acabou em tragédia, com um dos intervenientes a ser morto à facada. Ao que parece, a vítima defendia a superioridade da prosa sobre a poesia, ao passo que o homicida sustentava que a poesia é o género literário mais importante (ver notícia aqui). Estariam a discutir literatura de faca e alguidar?
Aconteceu na Rússia, onde há alguns meses uma discussão entre dois amigos sobre a filosofia de Immanuel Kant acabou ao tiro, felizmente sem ninguém morrer (ver notícia aqui). É caso para dizer que estamos perante uma forma imperativamente categórica de terminar uma discussão.
domingo, 26 de janeiro de 2014
Elogio da preguiça e das inutilidades
Van Gogh, A Sesta, 1890 |
Vou contar-vos uma deliciosa anedota,
baseada num facto real, que tem a ver com o historiador Alexandre Herculano. Quando
perguntaram à velha criada uma opinião sobre o dia a dia do seu célebre patrão,
entretanto falecido, terá respondido assim: “O senhor Herculano era um grande preguiçoso:
passava os dias a ler e a escrever. Não fazia nada”.
Lembrei-me dela a propósito dos cortes
incompreensíveis nas bolsas à investigação científica anunciados pelo governo.
Mais ainda do que os cortes em si, o que mais me choca são alguns dos
argumentos utilizados. Já alguém disse que estas medidas representam um
retrocesso de mais de uma década. Pois bem, a avaliar pelo que alguns
responsáveis do governo têm dito (ver aqui), a argumentação recupera pontos de
vista muito populares no séc. XIX.
Para além do argumento do “conforto”
associado à “preguiça”, outra verdadeira pérola é a defesa da utilidade prática
do conhecimento. Mas quanto a isso não vou perder muito tempo. Apoiando-me num
forte argumento de autoridade, recordarei apenas o que afirmou Peter Higgs, o
“pai” do bosão de Higgs, conhecido popularmente como “partícula de Deus”.
Interrogado sobre as implicações práticas da descoberta, respondeu deste modo:
“Não temos a menor ideia do que fazer com o bosão” e “ainda não
sei como isso pode ser aplicado a qualquer coisa útil” (ver declarações aqui).
Não há que enganar, a velha criada de
Alexandre Herculano é quem tinha razão: são uns preguiçosos, passam os dias a
ler, a escrever e a estudar. Uns inúteis, portanto.
P.S.- Sobre este assunto, veja-se o
excelente artigo de Porfírio Silva aqui.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Poetic Champions Compose, by Mr. Van Morrison.
Poetic Champions Compose, um dos melhores álbuns de Van Morrison.
Banda sonora para este fim de semana.
Um aperitivo: Spanish Steps.
O álbum pode ser ouvido na íntegra aqui.
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
sábado, 18 de janeiro de 2014
Poeta castrado, não!
O poeta e declamador Ary dos Santos morreu há 30
anos. Os mais novos, que talvez não conheçam a sua vida e obra, podem fazer uma
pesquisa breve aqui. Para todos os que amam a poesia e a música, deixo-vos aqui
um seu poema escrito, o mesmo poema por si dito e uma excelente versão de um
tema feito a partir de um célebre poema seu.
Poeta Castrado, Não!
Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
Os que entendem como eu
as linhas com que me
escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegada poesia
quando ela nos envenena.
Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o
reverso:
De fome já não se fala
- é tão vulgar que nos
cansa -
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?
Do frio não reza a história
- a morte é branda e letal
-
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?
E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
- Um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
- Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!
Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado, não!
José Carlos Ary dos Santos
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Do poder das palavras.
O Discurso é um senhor soberano que, com um corpo
diminuto e quase imperceptível, leva a cabo ações divinas. Na verdade, ele
tanto pode deter o medo como afastar a dor, provocar a alegria e intensificar a
compaixão.
Górgias, excerto do Elogio de Helena
Não menosprezemos as palavras e o seu
extraordinário poder. Deixo-vos com excertos de três discursos de excelência: Charlie Chaplin no filme O Grande
Ditador, Martin Luther King no
célebre discurso do dia 28 de Agosto de 1963 em Washington e Malala Yousafzai no dia em que completava 16 anos, na sede da
O.N.U., em Nova Iorque.
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