segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Moreno Castilho: defesa da exigência na escola contra os delírios do "eduquês"


Hoje é a vez de conhecermos o que Moreno Castillo pensa sobre a exigência na escola e alguns “delírios” do “eduquês”, como diria Nuno Crato. Tive o prazer de os ouvir hoje, a par de Fernando Savater, na excelente conferência que teve lugar na Universidade do Algarve. Algumas das teses aqui defendidas estiveram em cima da mesa e foram animadamente discutidas.





Soy de la opinión, que no sé si compartirás, de que cuando se trata a alguien como si fuera idiota es muy probable que si no lo es, llegue muy pronto a serlo.
Fernando Savater


BOAS INTENÇÕES E RESULTADOS: defesa da exigência

Cierta corriente pedagógica sostiene que hay que exigir a cada estudiante según sus capacidades, que es más importante lo que ponga de su parte que el resultado en sí. Esta corriente olvida algo muy esencial. Tenemos que educar a nuestros alumnos para que vivan en una sociedad en la que van a ser juzgados por los resultados. Y esto no porque nuestro mundo sea un lugar desquiciado y competitivo, sino porque es absolutamente legítimo que quien contrata los servicios de un profesional lo haga buscando resultados correctos. Si un médico que me opera de cataratas me deja sin un ojo, a lo mejor lo demando, aunque doy por sentado que no lo hizo a propósito y que sus intenciones eran inmejorables. Cuando pedimos a un conocido referencias de un abogado, dentista o fontanero, le preguntamos sobre su efectividad real, no sobre sus buenas disposiciones.

Pero, además de preparar mal a los estudiantes para el futuro, apreciar más las intenciones que los resultados hace que los estudiantes no saquen lo mejor de sí mismos, y dejen de valorar la precisión y el trabajo bien hecho. Los grandes maestros, los que de verdad enseñan cosas a sus alumnos y dejan huella en ellos, son los exigentes, porque para contentarlos no solo hay que trabajar, sino que hay que hacerlo bien.

SOBRE A IDEIA DE QUE O ALUNO DEVE “PARTICIPAR” NA APRENDIZAGEM

¿Qué significa eso de que los alumnos deben aprender por sí mismos y participar en los procesos de aprendizaje? ¿Que tienen que poner de su parte, atendiendo en clase y haciendo sus tareas escolares? Esto no es ninguna innovación educativa, es cosa de sentido común. ¿Que tienen que descubrir las cosas por ellos mismos? Esto es un disparate. Un profesor que no desmenuza bien los temas en clase porque el alumno ha de aprender por sí mismo establece una injusta diferencia entre el que puede pagarse una clase particular y el que no.

SOBRE A IDEIA DE QUE A ESCOLA SERVE PARA “APRENDER A APRENDER”

Otra variante de este delirio es sostener que los muchachos no van a la escuela a aprender, sino a aprender a aprender, como si aprendiendo cosas no se estuviera simultáneamente aprendiendo a aprender cosas.
El error fundamental de esta postura es ignorar que para descubrir cosas nuevas es indispensable saber ya muchas otras cosas. Einstein elaboró sus teorías reflexionando sobre las limitaciones de la física de Newton, la cual había aprendido durante su formación universitaria. Mucha atención: la había aprendido porque se la habían enseñado, no porque la hubiera descubierto por sí mismo. Idéntica reflexión puede hacerse sobre Galileo o Newton en relación con la física de Aristóteles. Todos los grandes científicos hicieron sus aportaciones después de estudiar a fondo la ciencia que se había hecho antes. 

P. S.- Se regressar amanhã, arrisca-se a ser surpreendido com mais ideias polémicas. Formação de professores e exemplos de acções de formação inacreditáveis farão parte da "ementa".

3 comentários:

  1. A grande polémica disto é que, se subimos o nível de exigência, o número de alunos a não atingir os mínimos para "passar" aumentam... E fica mal, não é? É preferível ter "novas oportunidades" em que em troca de uma redacção (com dois "c", porque eu escrevo baseado no Latim, não no brasileiro)se dá um diploma. Não tarda nada vamos ser o país europeu com mais pessoas com 12º anos e licenciaturas! Creio mesmo que o Ministério da Educação e o da Ciência e Ensino Superior se preparam para fazer um acordo com as empresas de cereais de pequeno-almoço, dando uns "selos" com pontos que podem ser depois trocados por diplomas. Fica bem nas estatísticas.

    ResponderEliminar
  2. Acrescento só o seguinte: muitos professores no sistema de ensino português colaboram, alegremente diga-se, nesta missão elevada de transformar a juventude em jumentude.

    O único problema é que este prazer imediato proporcionado pelo facilitismo trará, a longo prazo, bastante dissabores. Pois, tal como no passado, para saber Matemática, Física, Filosofia, etc continua a ser necessário esforço e trabalho intelectual sério. Pelo meio, aqueles para quem a escola poderia fazer a diferença, ao fornecer uma formação adequada, não tiveram oportunidade de ter acesso àquilo que a escola lhes deveria dar: uma educação exigente que reconhecesse o mérito intelectual.

    Quando, já há alguns anos, eu fui aluna do ensino público - com mais ou menos imperfeições - as coisas eram diferentes porque o nível de exigência era maior. Alguns dos meus colegas da faculdade tinham estudado nas melhores escolas de Lisboa (algumas delas privadas) e eu (chegada da província), apesar disso, não verifiquei que isso os colocasse em grande vantagem. Hoje, penso que já não é assim, a maior parte das escolas públicas não prepara bem os alunos: como provam, aliás os resultados obtidos nos exames nacionais e em estudos credíveis realizadas com estudantes portugueses e de outros países(como os testes do PISA, por exemplo).

    Cumprimentos.

    ResponderEliminar
  3. Olá aos dois

    Ainda a propósito dos alunos provenientes de meios sociais menos favorecidos e da suposta necessidade de "descer até eles" em vez de exigir mais, Moreno Castillo fez duas observações deliciosas na conferência de ontem.
    1- Os filhos dos imigrantes sul-americanos chegam a Espanha a saber duas coisas que os estudantes espanhóis deveriam saber mas não sabem: dizer "por favor" e fazer contas de multiplicar e dividir.
    2- A "sorte" deles é que vêm de países pobres que, por isso, não gastam dinheiro em pedagogia porque têm de o aplicar a ensinar as crianças a ler, escrever e contar correctamente...
    Abraços

    ResponderEliminar